Cinco testemunhas prestaram depoimento durante a Audiência de Instrução e Julgamento realizada nesta terça-feira (10/9), no Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, na ação judicial contra a empresária Lívia da Silva Moura, apontada como responsável por um esquema que clonou o site do Rock in Rio para vender ingressos falsos do festival em 2022.
Na audiência, realizada no Fórum Central do Rio, foram ouvidos o policial civil Douglas Dias, encarregado pelas investigações, a vítima Maria Valéria Evangelista Dantas e as testemunhas Gabriel Fraga Pequeno, Rodrigo Gonçalves da Silva e Celso Barbosa Júnior. Três testemunhas requeridas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro não foram localizadas.
Ao final da audiência, o juiz Thales Nogueira Braga determinou o encaminhamento do processo ao Ministério Público para manifestação sobre o interesse em ouvir as testemunhas faltantes. Após, será designada nova audiência para oitiva das demais testemunhas e, somente ao final, ocorrerá o interrogatório da acusada Lívia Moura.
O golpe
Lívia Moura e outras pessoas parceiras delas ainda não identificadas criaram um domínio falso na internet – “[email protected]” – para se passarem por representantes oficiais do Rock in Rio 2022, solicitando dados pessoais das vítimas e realizando a venda de ingressos falsos aos consumidores.
Uma das vítimas foi Maria Valéria Evangelista, que, em julho de 2022, foi contatada por Lívia Moura. Ela ofereceu ingressos “Vips” e de gramado para o Rock in Rio à vítima do golpe, com valores inferiores aos comercializados oficialmente. Lívia alegou ter obtido os ingressos com desconto por ser promotora de eventos e conhecida no meio artístico por promover grandes eventos como Rock in Rio e Carnaval. Ela, então, comprou ingressos para ela e familiares.
Em depoimento à polícia, na fase de inquérito, Maria Valéria declarou que após receber e-mail com a confirmação da compra dos primeiros ingressos, ela divulgou sobre o desconto a um grupo de amigos. Eles se interessaram em adquirir ingressos e transferiram os valores para a conta de Maria Valéria, que os repassou à Lívia Moura pela compra de ingressos do grupo. A vítima contou que o prejuízo chega ao valor, aproximado, de R$ 150 mil, pagos através de pix feito para a conta de Lívia.
Processo nº 0242965-35.2022.8.19.0001