Primeiras testemunhas de tragédia em Brumadinho são ouvidas

Vítimas se emocionaram ao relatar detalhes do dia do rompimento da barragem

Vítimas de rompimento de barragem da Vale relatam ao juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias os efeitos do desastre em suas vidas

O juiz da 6ª Vara de Fazenda Pública e Autarquias da capital, Elton Pupo Nogueira, ouviu hoje, 9 de julho, 10 testemunhas no processo que apura os danos causados pela tragédia do rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro deste ano.

As testemunhas foram arroladas pela Defensoria Pública, que escolheu os nomes entre produtores rurais, comerciantes, quilombolas, microempreendedores e pescadores. Outras 10 testemunhas serão ouvidas em 5 de agosto, às 14h.

As vítimas se emocionaram ao relatar detalhes do dia da tragédia e de como estão sobrevivendo, tendo que suportar as dificuldades causadas pelo rompimento e, também, a morte de parentes, vizinhos ou amigos.

Alguns relataram estar fazendo uso de medicamentos, como ansiolíticos, após o rompimento da barragem; perda de renda e dificuldades em quitar dívidas e escoar produtos alimentícios; mencionaram alteração na cor, odor e até sabor da água. Relataram ainda sobre a dificuldade de acesso por vias alternativas, após o bloqueio da rua Alberto Flores, principal local de deslocamento usado por moradores, além da necessidade de ajuda psicológica, com críticas aos atendimentos oferecidos, quando ocorrem, entre outros problemas.

Essa fase de instrução e julgamento começou após a Justiça realizar 11 audiências de conciliação ao longo desse ano e condenar, nesta tarde, a mineradora Vale S/A, em decisão parcial do mérito.

Em agosto, no dia 6, serão ouvidas outras 15 testemunhas arroladas pelo Ministério Público para comprovar especificamente os danos ao meio ambiente, danos urbanísticos, danos à flora e ao patrimônio cultural.

Acompanhe a movimentação do processo nº 5010709-36.2019.8.13.0024.

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