Carlos Costa e Carlos Wanzeler foram presos na terça-feira (17), durante a Operação Alnilam, realizada pela Polícia Federal
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta quinta-feira (19), os chefões da Telexfree Carlos Roberto Costa e Carlos Nataniel Wanzeler por lavagem de dinheiro, após a conclusão do inquérito da Operação Alnilam pela Polícia Federal. Ambos foram presos preventivamente, na última terça-feira (17), no decorrer da operação. De acordo com a denúncia, Costa e Wanzeler foram acusados de utilizar a pessoa jurídica Capixaba Eventos, em 2014, para adquirir um imóvel, em frente à sede do MPF, no valor de R$ 2,350 milhões, com recursos obtidos com as atividades ilícitas da Telexfree no Brasil, mesmo com ordens judiciais de sequestro e bloqueio de bens dos acusados. O imóvel, um prédio de dois pavimentos, localizado na Avenida Princesa Isabel, 117, no Centro de Vitória, é utilizado como estacionamento.
A denúncia afirma que o montante foi pago em três parcelas: como entrada, foram pagos R$ 500 mil; depois, em duas ocasiões, foi entregue o valor restante de R$ 1,850 milhão, tudo em espécie. Todo o pagamento teria sido feito por uma pessoa contratada pelos acusados, com a finalidade de ocultar a propriedade, a disponibilidade e a movimentação do dinheiro. Além disso, segundo a denúncia, entre novembro de 2014 e novembro de 2019, Carlos Costa e Carlos Wanzeler teriam ocultado, por 60 vezes, o recebimento de produto indireto de crime, vindo de alugueis do imóvel adquirido. Os valores eram recebidos em dinheiro, mantendo ocultos o recebimento e a movimentação posterior dos recursos. A partir de setembro deste ano, conforme as investigações, o próprio Carlos Wanzeler teria começado a receber os alugueis, diretamente. Em outubro e novembro, por exemplo, o denunciado teria ido até o imóvel para pegar o dinheiro.
Justiça – Existem 19 ações penais, além dos desmembramentos, referentes ao esquema da Telexfree na Justiça. Com isso, mais de 30 pessoas já foram denunciadas pela Procuradoria por cometer algum tipo de crime ao participar do esquema. Em um primeiro momento, os crimes financeiros e contra a economia popular foram praticados no Brasil por meio da empresa Ympactus, que teve suas atividades em território nacional suspensas em 13 de junho de 2013, em decisão da 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco (AC).
Processo nº 5033323-81.2019.4.02.5001.